Houve uma repercussão na mídia e nas redes sociais sobre este tema: “Afinal de contas, o que é TDI – Transtorno Dissociativo de Identidade?”.

Muitas informações sobre este transtorno foram descritas, faladas e até mesmo apresentadas em entrevistas com pessoas que dizem ter o transtorno dissociativo de identidade. De certa forma pessoas com certos aspectos psicológicos, podem ser sugestionáveis, apresentando determinado fenômenos ou vivências dissociativas1. Entretanto, o transtorno dissociativo de identidade é uma condição rara, no qual existe alteração da percepção da própria identidade.

Não há muitos estudos brasileiros e prevalência sobre o TDI, já nos Estado Unidos estima-se que 1,5% da população conviva com este transtorno¹.

Este quadro geralmente é desencadeado através de situações traumáticas, e emoções intensas, e isso muitas vezes impacta no funcionamento da pessoa, mas estudos dentro da psiquiatria mostram que apenas traumas não são suficientes para fechar um diagnóstico, leva-se em conta outros fatores. Podem estar também acompanhados de depressão e ansiedade, em decorrência dos vários fatores envolvidos e tentativa de suicídio.

Esses fatores são manifestados bem antes do desenvolvimento do transtorno, ou seja, na infância. Se os fatores desencadeantes se apresentam na infância, toma-se o cuidado durante a investigação dos transtornos em si, pois não se faz diagnóstico do TDI na fase da infância. Se torna crônico durante toda a adolescência e vida adulta².

As crianças não nascem com um sentido de identidade unificada, se desenvolve através de vários contextos e experiências. Em crianças oprimidas, muitas partes do que deveria ter sido integrado permanecem separadas, assim pensando num quadro de abuso crônico e grave como; físico, sexual, emocional, negligência, abandono, entre outros, durante a infância quase sempre são relatados e documentados em pacientes com o TDI³. Lembrando que a intensidade é fator importante no quadro do transtorno.

Tratamento:

Um dos principais tratamentos para o transtorno é a psicoterapia individual e suas intervenções adequadas, e isso ocorre a longo prazo, para uma melhora na qualidade de vida.

Diferentes estratégias são estudadas, que podem ou não funcionar para um determinada pessoa, ou seja não existem regras fixas, pois cada ser é único, com sua própria história, subjetividade singularidade, e particularidades. Além do acompanhamento psiquiátrico e avaliação quanto ao uso da medicalização.

Referências Bibliográficas 

1- Rodrigo Machado Leite. Transtorno dissociativo de Identidade. 2023 https://ipqhc.org.br/2023/06/24/transtorno-dissociativo-de-identidade/

2- Mirian Pezzini dos Santos et al. Revista debates em psiquiatria. Mar;Abril, 2015. https://revistardp.org.br/revista/article/view/173/153.

3- David Spiegel., MD, Stanford University School of Medicine. Revisado/Corrigido:Transtorno dissociativo de identidade. Mar, 2021. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/transtornos-dissociativos/transtorno-dissociativo-de-identidade.